Eu não quero parar,
perpetuar um instante.
Quero que ele passe,
quero que ele passe
quero que ele passe,
que se vá e se perca
e que suma:
pronto, acabou.
Meu poema é feito de morte,
meu poema tem cheiro de morte
não se anime
não se confunda
não se surpreenda
palavra é perda
palavra é nada
marola no aquário
terremoto no tanque de areia
distância sem superfície
essa ridícula.