O seu filho está morto
no fundo da privada,
meu amor esconde o rosto
quando me vê chegar
no alto da alameda.
Meias de seda novas
para conter seu asco
brilho nos lábios, doce,
pinto as unhas dos pés:
hoje eu matei seu filho
e seu sangue me alimenta.
Uma assassina de vestido
longo, não ouço mais aquelas
mesmas vozes, seu filho
acena antes de submergir
e me despeço dele com saudade
do que teria sido: elementar.
Eu matei seu filho, seu sangue
tinge o meu vestido longo,
eu matei seu filho, eu não
mereço que se diga nada,
eu matei seu filho, seu ódio
será para sempre eterno: eu
matei seu filho, venha dizer
adeus: vai ter que ser agora.